5 de jun. de 2008

Dia qualquer


Hoje abri a janela para rua
Observei atentamente os transeuntes
Uns iam calmos, sonolentos.
Outros corriam apressados
Alguns debatiam sobre política
Uma turma falava de futebol
Um homem brigava com a mulher
Um crente gritava um trecho da Bíblia
E Todos iam e vinham.
Passava polícia, bandido, político,
Mulher bonita, bêbado, pedinte,
Criança, cachorro, maluco, senhora, senhor,
Velho, novo, bicicleta, carro, camelô...
(E o crente continuava a gritar)
Todos seguiam seu caminho
Se achando importantes, ou não.
Mas o certo é que seguiam.
Observei, mais atentamente, que todos passavam,
Menos dois: Eu e o crente.
Ele pelos seus motivos, eu pelos meus.
Ficamos parados: Ele a gritar, eu a observar.
Depois de ver passar brancos, pretos, mulatas,
Japonês, favelados, ricos, gatos, cavalo, pierrô.
Fechei a janela, tomei um banho, fumei um cigarro,
E enquanto escrevo, ainda escuto o crente a gritar.


-------------------------------------------------------------------------------------------------


Ouvindo: A montanha mágica (Legião Urbana)

Um comentário:

Patrícia Andréa disse...

Adorei o post! E tb adoro Legião Urbana!=)

Bjus!!