2 de jun. de 2008

O símbolo da paz


Hoje houve uma manifestação pela paz.
O evento estava lindo, com muitas flores, canções, camisa brancas e mãos dadas. Tudo corria muito bem até a polícia interromper a manifestação, alegando que a passeata tinha paralisado o trânsito da região e estaria incomodando os vizinhos.
Os manifestantes tentaram argumentar, mas o comandante militar disse que não haveria conversa e que a manifestação tinha que acabar. Os ânimos alteravam, e as vozes que antes entoavam cânticos pacíficos, agora bradavam gritos de ordem contra a decisão da polícia.
O comandante pediu reforços. As redes de televisão também. A manifestação, que começara tímida e discreta, agora era transmitida ao vivo em rede nacional, e atraía um imenso número de curiosos e baderneiros de plantão.
Os “pacifistas” insistiam em continuar seu percurso, e a polícia fez o que está acostumada: usou a truculência que lhe é habitual. Mas, como a mão que toca o violão, se for preciso vai à guerra, os manifestantes revidaram com força bruta.
A pancadaria corria solta. Eram socos, chutes, pedradas, tiros de borracha... No meio da confusão ouviam-se gritos como “Esses pacifistas são uns perturbadores da ordem!”, ou então “Pela paz eu meto a porrada, mesmo!”.
Após muito sangue derramado, pessoas presas e policiais feridos, a confusão acaba. A multidão se dissipa, deixando para trás seu rastro de destruição e violência. E, entre os destroços, fustigada pelo ocorrido, jaz, jogada na sarjeta uma pequena pomba branca.

2 comentários:

Carla M. disse...

O que me pergunto é até onde os pacifistas vão pela paz?!

resistem sem violência?! pq só os verdadeiros pacifistas resistem sem violência.

e eu acho que não temos sentimentos cristãos a esse ponto dando sopa por aí.

WishList disse...

Bom, no mínimo irônico.. Pacifistas gitando, partindo pra porrada em nome da PAZ!